quarta-feira, 23 de junho de 2010

MELLO CANÇADO no museu

Só Deus pode explicar pq nunca publiquei esse texto no meu blog vindo a me lembrar dele às vésperas do nascimento de mais um Mello Cançado, dessa vez o Miguel, q junto com a Maria Clara formam uma bela duplinha de bisnetos.

Esse texto foi escrito e lido por mim no Museu Histórico de Pará de Minas por ocasião da abertura da exposição PROFESSOR MELLO CANÇADO, BENEMÉRITO DE PARÁ DE MINAS
1º de março de 2002




A minha presença aqui nesse momento, é a de porta-voz de minha sogra, a Goia, que me pediu para dizer-lhes do nosso orgulho de estarmos com vocês hoje, dividindo a alegria de reviver tantas lembranças, principalmente do homem grandioso que foi meu sogro, Antônio Augusto de Mello Cançado.

- “te amarei eternamente e ainda depois” – esta frase anotada em um pequeno pedaço de papel, perdido entre as páginas de um livro, é a pura expressão do sentimento que nos toma: sua família, amigos e
admiradores.

Grandes verdades aprendemos no nosso dia a dia, mas poucos são os que conseguem transmiti-las com tanta simplicidade. Com certeza o ”nosso Mello Cançado” deixou muito em cada um de nós – e eu me sinto muito à vontade para dizer “nosso Mello Cançado” - e por isso estamos aqui reunidos em seu nome.

Falar é difícil... Ideais, valores morais e éticos, honestidade, virtude, sabedoria, cultura, família, amizade... Sorrisos e alegrias, tudo isso seria pouco para descrever aquele que foi para nós, um exemplo de vida.

As lembranças são muitas, e por vezes doem, mas produzem em nós a satisfação e o orgulho de ter convivido na sua intimidade de pai, avô, sogro, tio e grande amigo.

Tantos anos se passaram e ele ainda é lembrado com todo esse carinho, especialmente aqui no Pará de Minas, onde temos a RAIMUNDINHA, uma nossa irmã, que com tanta boa vontade e riqueza de detalhes, passou informações fundamentais, sem as quais essa história não seria a mesma.

Mas Mello Cançado continua fazendo amigos e nós, da família, pudemos sentir isso recentemente.

Em função de sua memória, tivemos o privilégio da conquista de novas amizades, como a
da SUZANA FRANCO e da ANA MARIA CAMPOS, que na busca de documentos e objetos
pessoais, passaram a dividir conosco, coisas que até então, eram particularmente nossas.

Queremos registrar ainda, nosso encantamento pela ANA MARIA, pessoa dedicada e afetuosa que, mesmo não tendo conhecido Mello Cançado em vida, contagiou-nos com sua admiração pelo "professor". Esse contato, tão próximo, nos emocionou ainda mais, com a revelação dela, de que cresceu, ouvindo falar, na sua convivência familiar, de inúmeros personagens importantes de Minas, dentre eles o Prof. Mello Cançado.

Isso é lindo, e agora preciso confessar-lhes que é ela ANA MARIA, quem faz parte de nossa conversas
familiares, quando estamos reunidos.

Essa emoção foi acrescida ainda - evidentemente sem surpresa para nós- pelas palavras amigas tão bem colocadas pelo Pedro Moreira no convite dessa bela festa.

Para nós, o maior valor dessa homenagem é a possibilidade de perpetuar sua memória, tornando-a disponível aos que não tiveram o privilégio de participar de sua convivência.

Agora, quero pedir licença a vocês, para falar de meu sogro em meu próprio nome, o que é sempre uma tarefa doce para mim. Meus filhos sabem disso e é essencialmente para eles que me dirijo.

Não é qualquer um que tem um avô tão nobre. E aqui, tomo a liberdade de estender essa afirmação a todos os meus sobrinhos, que estão me ouvindo, e que são os seus netos .

Honrar a descendência dele é responsabilidade de vocês!

Mantenham aceso o brilho do homem iluminado que ele foi!

É um brilho com o qual vocês conviveram pouco, mas que tem o privilégio de ver espelhado em seus pais, exemplos vivos das virtudes dele.

Mirem-se no exemplo de humildade de seu avô que sempre soube definir seus ideais e lutar bravamente por eles... e com muita paciência.

Eu me orgulho muito de ser a mãe de três de seus netos.

A Suzana, a Isabel e o Júlio, sabem como isso é importante!

O meu desejo pessoal é de que essa homenagem de hoje seja mais um marco na construção da história de vocês.

Nada é por acaso, e o próprio Antônio gostava de citar o livro do Eclesiastes (3.1), ao dizer: “Todas as coisas tem seu tempo e todas elas passam debaixo do céu, segundo o termo que a cada um foi prescrito. Há tempo de nascer e tempo de morrer. Há tempo de plantar e tempo de colher”.

Foi assim que essa homenagem veio concretizar um desejo de todos nós - selecionar e organizar seus trabalhos. Esse material, aqui reunido, é o resultado de uma pesquisa marcada por lembranças e emoções, daqueles que se propuseram a empreender essa tarefa.

Maria Luiza Albano Mello Cançado

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