sexta-feira, 18 de julho de 2008

HISTERIA FEMININA

Quarta-feira dia 16, foi o dia da tão temida (por mim) cirurgia para a re-operação do tal basocelular no meu rosto. Foram duas semanas de espera angustiante porque, se eu sou muito valente para enfrentar dificuldades..., mas para dor e doença afino sem cerimônia.

O meu médico, Dr.Narlei, decidiu que a primeira retirada tinha sido feita com pouca margem de segurança e que o "buraco" tinha que ser maior. Tive vontade de mandá-lo à merda, mas como não sei falar palavrão por nada desse mundo, fui fina e só tentei convencê-lo a deixar para o fim do ano, ou qualquer coisa que nem me lembro. Não obtive sucesso na minha investida.

Bem, depois desta espera torturante chegou o dia. Acordei de manhã e fiquei olhando para o meu
quarto, minha cama quentinha com meu edredon, minhas roupas deixadas na cadeira, minha mesinha com meus brincos e relógios e pensando se eu não voltasse para usar tudo isso.

Olhei pela porta da varanda do quarto e vi os meus lindos cataventos coloridos que tinha acabado de comprar em Itaipava. Que bobagem, pois só eu fico encantada com eles e não sabia, se voltando, ainda acharia graça neles!

Fui para o banheiro, escovei os dentes, pensando: apressada mais uma vez. Será a última? Passei filtro solar e uma maquiagenzinha básica e fiquei me olhando no espelho pensando para que deveria ter tantos cuidados se tudo podia acabar num buraquinho a mais. Que sofrimento!
Escolhi uma roupa, também básica, jeans com camisa e pulover, porque se tivesse algum problema pelo menos estaria vestida discretamente. Estava muito frio. Fiquei olhando o meu armário (nem muito arrumado) cheio de roupas e coisas que eu adoro, sem saber se voltaria a ter prazer em me
arrumar com tudo isso.

Logo lembrei que precisava ir ao supermercado, que eu odeio, pois não poderia abandonar minha casa tão desprovida, sem saber o que ia acontecer depois. Talvez estivesse querendo fazer uma troca com Deus, tipo, fazer as compras e me livrar da cirurgia.
Coitado do Nonato que me acompanhou nessa aventura! Eu quase não falava denunciando logo meu astral azedo que é raro, mas ele conhece logo. Bem que ele tentou me distrair falando uma porção de teorias de "sua autoria".  Aproveitei que ele estava liberado para mim e em seguida, sem me dar chance de ficar parada, liguei para a manicure e fui fazer as unhas e o cabelo. Já que ia para a faca, pelo menos ia arrumada...

Quase fiz as meninas do salão ficarem loucas de tanta pressa e ansiedade. E o Nonato, coitado, me esperando sem almoçar. Mas ele acha que eu mereço, com certeza.
Voltei pensando se eu voltaria a dirigir...ou se ficaria o resto da vida dependendo dele ou de alguém para sair...

Cheguei em casa correndo, almocei correndo e aí quase fiz o Tarcisio enlouquecer! É engraçado que nessas horas ele fica tão calmo que eu não entendo. Da garagem tive que voltar duas vezes para buscar o pedido do médico (sintomático esquecer) e... o meu tercinho, como se eu fosse ter tempo para rezar. Pra falar a verdade acho que Deus já estava cansado de tanta reza minha, fora as encomendadas!

Chegamos no hospital e fomos para a sala de espera, que eu já conheço de sobra. Que horror quando peguei uma revista Caras e comecei a ver aquele outro mundo em Angra que eu conheço tão bem. Bons tempos! Todo mundo lindo, feliz, no mar e eu aqui... na espera. Pensei em fugir e falei para o Tarcisio. Mas de uns tempos para cá, ele morre de rir dessas minhas coisas. Falei para todo mundo q estava na sala, ouvir. Aí ele fica meio envergonhado, aperta minha mão e diz para eu ficar quieta. Mas de um jeito que não dá para levar a sério. No fundo acho q ele até gosta de algumas bobagens assim, porque ele também relaxa e se diverte com a cara das outras pessoas.

Hora final: a enfermeira me chamou pelo nome e eu fui. Quando ela começou a me dizer por onde ir e o q fazer, eu disse que ela podia deixar que eu já sabia de tudo. Ela perguntou:"Isso tudo é ansiedade"? Não me perguntem o que respondi!

Fiz tudo que já sabia e logo encontrei o Dr. Narlei que me mostrou a sala e já começou a rir dizendo que não era nada, que não precisava sofrer. Legal, porque durante a cirurgia começamos a conversar e ele disse que está na aula de natação mas não estava indo por causa do frio. Aí cresci de satisfação e falei: "Como? Nadador não sente frio. Já nadei com a água a 22 graus, sem sofrimento". Ele ficou de fato surpreso e eu falei que cada um sofre com uma coisa!
Ele riu porque é muito simpático além de muito lindo!

Acabou tudo e eu saí, inacreditávelmente, sorrindo como se nada tivesse acontecido. Claro, eu estava anestesiada e acabou o sofrimento ! Cheguei na sala de espera e olhei para todos como quem está saindo de um procedimento super simples. Mas doeu! E o pedaço que ele tirou era enorme!
Quando cheguei em casa, só fui ver meus cataventos coloridos que continuam lindos.


2 comentários:

Anônimo disse...

Sucesso e muita saude é o que de melhor podemos ter na vida.

Sempre faz bem falar um pouco de nós.

Parabéns.

Marluiza disse...

Que pena q não fiquei sabendo quem vc é. De qualquer formaobrigada pelo incentivo.
Marluiza