sábado, 12 de julho de 2008

NOSSO PAI 25 ANOS DEPOIS

Meus irmãozinhos, Agosto 2007

Fui à missa hoje por intenção do papai, pois faz 25 anos que ele morreu. A dimensão do tempo é uma coisa muito particular, mas ô cara..., olha só, parece que foi ontem!
Por minha própria conta incluí o nome de vocês nessa intenção, em que pedi a Nossa Senhora que entregasse para ele, embrulhada em papel de presente para dividir com a mamãe. Ouvi dizer que as almas lá de cima gostam muito de receber pelo "correio do céu", orações, missas e lembranças do povo daqui de baixo!
Para a saudade não doer muito, temos o consolo de saber que somos a imagem viva dele e da mamãe e temos o dever de honrá-los diante de nossos filhos e netos e de todos que os amaram. Por essa herança de valores e de uma vida tão boa junto com eles, somos privilegiados.
As lembranças boas vêm como cascata em minha memória que estendo para vocês. Como esquecer do papai contando histórias para nós três, os mais velhos ainda pequenininhos, em São Paulo, na Cidade Adhemar? E a escolha do "maldito" cachimbo que acabou por fazer tanto mal a ele? Também vocês devem se lembrar quando ele ia soltar pipa com a gente lá atrás da nossa casa... Que delícia! Fez das tripas coração, para nos dar uma infância digna e feliz, embora sem luxo. Depois as coisas melhoraram, mudamos para o Rio, já aí, com o Dudu e o Totô também. Mais gente, mais coisas boas. O papai tinha sido promovido e veio o tempo das viagens cheias de farturas e novidades compradas pelo mundo. Passamos também a conviver no mesmo prédio da tia Bibi e da vovó Alice e aprendemos com o exemplo dele, a ser (todos nós), atenciosos e amorosos com as pessoas velhinhas. Parece que cultivamos isso até hoje...
Veio o tempo do sítio que ele tanto desejava e que ficava sobrevoando antes de poder comprar. Serviu para reunir toda a família e muitos amigos! Era para isso mesmo que ele queria. Lá era o paraíso dele com os netos. As fotos são testemunhas fiéis. Felizes foram os netos que conviveram com ele e usufruíram, além do avô amoroso, também um avô que só faltava adivinhar o que eles queriam. Lembram do batizado da Suzana, que ele experimentou a água com o dedo para ver a temperatura? É inacreditável!
De noite, antes do jantar, sempre uma dose de whisky, depois Jornal Nacional e novela das oito!
Sofreu muito quando adoeceu, mas aproveitou a vida enquanto pôde. E aí se incluem as viagens, a vida na beira da praia que ele adorava, viu alguns de nós se encaminhando na vida, e partiu. Hoje, se vivo, teria muitos motivos para se alegrar! Que bom que podemos nos lembrar de tantas coisas importantes do pai que tanto amamos!
Em tempo, amo muito vocês também. Beijos
ISINHA

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